Não dizer nada quando estamos injuriados. Deixar que o tempo e as coisas nos digam algo. E esse dito será nós mesmos. Porque enquanto tudo está confuso, as palavras confundem mais, porque também confusas. E quando tudo está assim, não podemos encontrar a nós mesmos. É o retorno das coisas, é isso o que é nós mesmos. Porque tudo em volta quando fala, essa roupa de entorno que nos delimita, aí sim somos dito. E, se tudo está confuso, e as coisas e o entorno... quem somos nós mesmos?
Hoje estive envolto de perspectivas incômodas. Eu não sabia se era menosprezado ou se era eu que tinha refletido nos outros meu desapontamento para comigo mesmo.
Mas aí aprendi, já há um bom tempo -- bastava que eu me lembrasse disso -- a ser alquimista de mim mesmo: transformar pensamentos de chumbo em avidez de sol. Para tanto, deve-se praticar muito o mover-se interno até que todo o interior de nós mesmos se liquefaça. Daí, tudo se obtém, no tanto e no ponto que se deve.
antônio bizerra
3 comentários:
Antonio, curioso ler isso e ter tentado fazer a alquimia ontem... sem sucesso: excesso de busca, pedra filosofal demais quando tinha sob minha bunda o granito basáltico da Bahia e diante de meus olhos o mar de Itacaré...
Antonio, o melhor obrigada que tenho em casa agora. Pego e embrulho em seda. Que texto bom... que texto bom do cacete!
Ótimo poema Antônio, parabéns viu, devemos nos silenciar mesmo durante a tormenta para depois agir com inteligência, discernimento e de acordo com o fluxo...
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