Este blog é sobre o silenciar. Quem aqui entrar, para e escuta: o silêncio não é vazio, nem mudo. Num mundo de tantos ruídos, tão necessário se faz que retornemos a esta casa tão sólida de nós mesmos, o silêncio, casa de paredes de vento, casa que vai dentro e se torna nosso abrigo, infalível, contra tanto tumulto, barulho, ruído... Um abraço, antônio bizerra.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
PRESSÁGIO
o que aquela mulher desconhecida lhe soprou ao ouvido qdo cruzou por ele na rua era "morte". mas, como foi um sussurro, ele ficou em dúvida entre "morte" e "sorte". escolheu, então, a "sorte". pronto, foi isso que ouvira: "sorte". então, pensando na sorte e distraído no enlevo de um bom presságio, atravessou a rua sem prestar atenção e foi atropelado por um corsa sedan. deitado ao chão com a consciência ainda nas engrenagens do instante, mas o coração em outras esferas do tempo, regurgitou o sangue que lhe salgava a garganta, e sorri, sabendo-se com sorte, com toda a sorte que lhe fôra dada num instante.
Rio, 10 de fevereiro de 2014.
antônio bizerra
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