terça-feira, 18 de setembro de 2018

Um café pingado, no copo, e não em uma xícara. daquelas de cafezinho mesmo, um bloco de papel sobre a mesinha da padaria, uma caneta, e um universo de palavras e pensamentos e imagens para se jogar nesta folha em branco, em branco, por enquanto. Para um momento como esse, simples e pleno, nada mais é preciso. Porque este momento e eu somos um só, eu, o momento e estas poucas coisas por sobre a mesa e a mesa em si e esta cadeira, tudo, uma coisa só. E essa coisa só se expande por este corpo de palavras encadeadas que se chama texto. E vou me estendendo, me estendendo por esta folha em branco porque todo meu ser ocupa espaços, espaços em torno e espaços distantes, vários, múltiplos, diversos mas concomitantes, ocupados por mim neste mesmo instante. Porque, neste momento, penso em amigos, penso em conhecidos, e meu pensamento é extensão de meu ser que vai ao contato dessas pessoas e habita, neste momento, o espaço e o tempo de suas mentes, de cada qual de seus seres. Sou ubíquo no tanto que sei de mim mesmo não apenas um corpo físico mas um ser que se expande...
E habito sua mente agora.



antônio bizerra

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11 de agosto de 2018